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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

COMO FAZER UM MINHOCARIO DOMESTICO


Você vai precisar de:
  • Três caixas em cor escura, tipo container, que possam ser empilhadas sem o apoio das tampas e uma tampa;
  • Torneirinha de bebedouro;
  • Uma furadeira com broca de 4 ou 5 milímetros (ou outra técnica para fazer furos em plástico)
  • Minhocas 
  • Substrato (inicialmente um saco de 20Kg);
  • Jornal sem cor ou serragem;
  • Restos de comida.
Conforme figura acima, faça de 10 a 15 furos no fundo das caixas 1 e 2 com a broca tamanho 5 e alguns furos na tampa com a broca tamanho 4. Corte a lateral da caixa 3 e fixe a torneirinha (use silicone para vedar a torneira).
Coloque uns cinco dedos de terra na caixa 1 e as minhocas . Deixe um ou dois dias antes de colocar os restos de comida, acrescentando uma camada fina de terra, serragem ou jornais sem cor. Quando a caixa 1 estiver cheia, passe-a para baixo e deixe compostar, colocando a terra e os restos de alimento na caixa 2. Depois de 45 dias o húmus estará pronto para uso.

Com quantas minhocas eu começo?

Uma dúvida frequente é com quantas minhocas devemos começar um minhocário. Segundo literatura especializada, a quantidade ideal de minhocas para se iniciar uma criação são 1.000 minhocas por metro quadrado.
Mas é preciso considerar que essa quantidade está indicada para minhocários em valas ou montes, com resíduos ou estercos previamente compostados. Além disso, minhocários domésticos não são previamente cheios, e sim recebem os resíduos orgânicos na medida em que são gerados em casa. Por essas razões, a quantidade de minhocas para um minhocário doméstico precisa ser um pouco menor.
Dimensionando a quantidade recomendada para um minhocário doméstico com duas caixas de 45cm x 35cm x 20cm (aproximadamente 0,16 m2), o número para começar não deve ser superior a 120 minhocas adultas, lembrando que é preciso colocar cerca de dois dedos de húmus na caixa antes de colocar as minhocas. Em dois meses a população deverá dobrar e, em quatro, já será capaz de produzir.
Cabe ressaltar que o manejo de minhocários domésticos que processam resíduos orgânicos é diferente de minhocários industriais que processam substratos previamente compostados. Enquanto o primeiro vai recebendo os resíduos na medida em que são gerados, o segundo insere as minhocas em substrato totalmente favorável ao processamento.
Por isso, atentar para alguns procedimentos é fundamental:
  • Quando a primeira caixa fica cheia é preciso move-la para o meio. Isso permite os resíduos sejam totalmente compostados e processados pelas minhocas.
  • Com uma população quadruplicada, o húmus estará pronto para separação em 4 semanas.
  • Para fazer a separação, use uma peneira grossa número quatro.
Atenção: use o húmus em até seis meses após a coleta. Acima deste período o húmus passa a perder nutrientes.

COMO MONTAR UM MINHOCARIO


Biologia
 

Estudiosos do assunto acreditam que existam mais de 8.000 espécies destes animais, mas que somente são conhecidas aproximadamente 1.500. Seu comprimento varia de 0,5 mm até 8 m. De um modo geral, as que se adaptam ao cativeiro produzem uma média de 1.500 descendentes por ano, o que nos permite dizer que uma minhoca que nasce em janeiro será bisavó em dezembro do mesmo ano.

Com um tempo de vida médio de 6 a 7 anos, especialistas referem que algumas espécies vivem até 16 anos em habitats que se estendem dos trópicos aos pólos. Recuperando áreas áridas, servem ao homem e a terra há milhões de anos.

Na Escala de Classificação Biológica dos Seres Vivos, a minhoca está assim classificada:

- FILO: Annelida
- CLASSE: Oligochaeta
- ORDEM: Oligoqueta
- FAMÍLIA: Lumbricida
- GÊNERO: Lumbricus

Para se ter uma idéia de como é feita esta classificação, no Filo Annelida existem 3 Classes:

- Oligochaeta: poucos pêlos. Exemplo: minhocas
- Polichaeta: muitos pêlos
- Hirudine: sem pêlos.

Exemplo: sanguessugas Estes animais têm características em comum que os coloca no mesmo Filo, mas com diferenciações entre si que os dividem em Classes.

As minhocas são, portanto, animais metazoários, invertebrados, com simetria bilateral, corpo segmentado, interna e externamente por anéis. Para melhor entendimento, é como se esses anéis fossem botões superpostos e unidos por um fio. Cada botão (somito) tem uma correspondência tanto externa como interna. O número de somitos varia com as diferentes espécies podendo-se ter de 7 até 500 somitos.
Anatomia
Espécies

É muito difícil precisarmos quantas espécies de minhocas existem na Terra. Estudiosos citam números entre 3.500 e 8.000. A verdade é que cada região possui uma espécie de minhoca nativa, geralmente cinza, mas os pesquisadores e criadores conseguiram desenvolver e adaptar espécies comerciais dentre as quais incluem-se as vulgarmente chamadas "Vermelhas da Califórnia". Dentre as espécies comerciais, citamos:
- Eisenia foetida

De origem européia (região centro-ocidental), sua reprodução é antigônica (hermafrodita que se acasala para troca de esperma) com atividade sexual durante o ano todo, produzindo grande quantidade de vermicomposto, dejetos ou húmus.

Nos anos 40, foi a pioneira da minhocultura americana. Com tamanho médio de 6 a 8 cm de comprimento, 0,3 a 0,5 cm de diâmetro e pesando cerca de 0,8 gramas, come diariamente a quantidade de alimento equivalente ao próprio peso, utilizando somente 3% deste para as suas necessidades vitais e expelindo 60 a 70% em húmus.
- Lumbricus rubellus

Originária da Europa (região centro-ocidental), possui como habitat as camadas superficiais do solo. Também é antigônica e com atividade sexual durante todo o ano, produzindo grande quantidade de húmus. Substituiu a E. foetida na continuidade da minhocultura americana.
- Eudrilus eugeniae

Com hábitos noturnos, esta espécie é originária da África Ocidental, vulgarmente conhecida como 'gigante africana". Sua reprodução é sempre antigônica com grande atividade sexual durante todo o ano.

Chega a atingir 30 cm de comprimento e na falta de alimentos foge em massa dos canteiros. Atualmente, esta espécie é a preferida dos pescadores nos principais centros criadores (Europa e EUA).

A diferenciação entre algumas espécies pode ser observada na extremidade do corpo ("rabo"); a minhoca Eisenia apresenta ponta arredondada e minhoca Eudrilus apresenta ponta cônica.
Sistema nervoso

Possui um sistema nervoso composto por um cérebro rudimentar, do tipo ganglionar escalariforme, que coordena todas as funções vitais e se estende longitudinalmente na parte ventral do corpo. atingindo todos os somitos.
Sistema digestivo

Possui um aparelho digestivo completo, composto de: boca (localizada na parte anterior - prostômio, pequena tromba), faringe, esôfago, papo (moela), estômago, intestino e ânus. Todo tubo digestivo é recoberto ainda pela dupla camada muscular interna, capaz de digerir grande quantidade de materiais, razão pela qual Aristóteles referia-se a elas como "os intestinos da terra". Dotada de glândulas calcíferas que neutralizam a acidez dos alimentos a fim de produzir o humus com pH neutro.
Sistema respiratório e circulatório

As minhocas não possuem pulmões. Sua respiração é cutânea, retirando o oxigênio do ar e do interior do solo através da pele que produz uma substância viscosa auxiliadora (líquido celomático), tanto para a respiração como para a locomoção, pois lubrifica o corpo facilitando sua penetração na terra, protegendo a minhoca e também afastando os predadores devido ao seu odor fétido.

Sabe-se também que é justamente esta substância que confere poderes medicinais à minhoca. Quanto à circulação, possuem 5 pequenos corações em forma de anéis que juntamente com duas redes de vasos - dorsal e ventral, que completam o sistema circulatório fechado.
Sistema renal excretor

Cada anel possui um par de rins rudimentares, os nefrídeos, que filtram o sangue e as impurezas do líquido celomático, formando assim a urina rica em uréia e nitrogênio que é lançada para o exterior através dos orifícios uriníferos, enriquecendo o solo com estas substâncias.
Sistema muscular e celomático

Para melhor entendermos a estrutura física da minhoca, devemos imaginá-la como sendo dois tubos, um dentro do outro e fechados nas extremidades. A epiderme e a dupla camada muscular externa envolveriam o tubo de fora e, internamente, teríamos o aparelho digestivo, com outra dupla camada muscular, ligado da boca ao ânus.

Entre a parede muscular e a parede digestiva existe uma cavidade, como se fosse o interior de uma bexiga, chamada celoma que é preenchida por uma substância, o líquido celomático. As paredes musculares são compostas de duas camadas, a circular e a longitudinal, que são responsáveis pelas funções digestiva, locomotora, de movimentação e penetração no solo, e que dão à minhoca uma força capaz de deslocar obstáculos 60 vezes superior ao seu próprio peso.

Esta dupla camada muscular é responsável pela composição de 70 a 85% de proteínas (peso seco). O líquido celomático, por sua vez, se ajusta às necessidades pressórias com a contração e expansão internas e é expelido sempre que necessário para estes ajustes de movimentos. Tem ainda a função lubrificadora, refrigeradora, protetora e curativa.
Sentidos
Visão e audição:

- não possuem olhos nem ouvidos e sim, células lenticulares fotossensíveis bastante desenvolvidas localizadas na pele, através das quais a minhoca percebe a luz e o som, fugindo de ambos os estímulos.
Tato:

- células neuroepiteliais responsabilizam-se pelas sensações que provocam a aproximação para o acasalamento, detecção de predadores, prevenção de agressões ambientais (stress) e seleção de alimentos.
Locomoção:

- as minhocas possuem em média 4 pares de pêlos ou cerdas em cada anel (somito) e através da fixação destes, da força muscular exercida e da lubrificação da pele é que elas locomovem-se cavando o solo e criando galerias por onde, posteriormente, infiltrarão a água e as raízes das plantas e ainda, promovendo melhor arejamento do solo. Sua localização é importante na diferenciação das espécies.
Regeneração:

A minhoca é, dentre os animais, a espécie que possui o maior poder de regeneração. Se segmentarmos uma minhoca a partir do 30º anel, ela conseguirá regenerar-se, "recriando a parte do corpo que foi segmentada.

A regeneração será tanto mais rápida quanto menor for o segmento a ser regenerado, tanto anterior como posteriormente". Existem pesquisas sobre a fantástica capacidade cicatrizante do minhocuçu (Rhinodrillus alatus e Glossoscolex spp) que se regenera em apenas 3 horas após ser cortado ao meio.

Objetivos da criação

A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que mensalmente dá ao produtor, colheitas de dois produtos: a minhoca (carne) propriamente dita e o seu húmus.

A minhoca é mundialmente criada com as finalidades seguintes:
- Pesca, como isca;
- Composição de farinhas protéicas para diversos fins;
- Indústria farmacêutica para fabricação de medicamentos;
- Agricultura, recuperação de solos áridos;
- Transformação de resíduos orgânicos industriais, ecologia;
- Transformação de restos orgânicos agrícolas, sobras de culturas;
- Transformação de restos urbanos: esgoto e lixo;
- Alimentação animal, (minhoca viva ou em ração) para: aves, rãs, peixes, camarão, suínos, eqüinos, bovinos, etc...;
- Alimentação humana.

Já vimos anteriormente o pioneirismo e enriquecimento de Hug Carter com a criação e utilização da minhoca como isca para a pesca nos EUA. Hoje observamos também o exuberante crescimento dos sítios de lazer tipo pesque-pague nas nossas principais cidades e nas regiões de usinas hidroelétricas (Cesp, Cemig, Furnas, etc...).

Observando a composição e a qualidade de aminoácidos da farinha de Eisenia foetida ("minhoca vermelha da Califórnia" - MDM), fica fácil entender porque a minhoca desperta hoje tamanho interesse como fonte produtora de proteína animal.

Instalações
 

Escolha do local

Deve ser um lugar fresco, sombreado, próximo a uma fonte de água potável, longe de barulho de máquinas, motores, curiosos etc..
           
Construção dos canteiros

A criação de minhocas é feita em canteiros medindo 1m de largura por um comprimento variável de acordo com as necessidades, forma do terreno ou o desejo do criador. Suas beiradas devem ser de madeira, chapas pré-moldadas ou de tijolos, de acordo com as circunstâncias e principalmente os preços.

A profundidade dos canteiros deve ser de 30cm. Não ha necessidade de fazer alicerces, mesmo para os tijolos, porque podem ser apoiados diretamente sobre o solo. Bastam 4 fileiras de tijolos assentados com saibro. O fundo do canteiro deve ser um pouco compactado exemplo  fig 1.

fig 1

Pronto o serviço, devemos encher o canteiro com esterco bem curtido. Este esterco deve ser bem lavado com água, para eliminar a urina, multo ácida e prejudicial a elas. No dia seguinte, molhamos o esterco com um esguicho ou regador e colocamos as minhocas, na proporção de 1 litro para cada canteiro de 1m de largura por 4m de comprimento, quando da vermelha da Califórnia ou 2 litros quando das espécies nacionais.

Quando usamos esterco, o húmus fica pronto em 45 a 50 dias mas, quando usamos materiais orgânicos (restos, folhas, lixos etc.), há necessidade de 90 dias para que o composto fique pronto. Segundo Morganti, o maior criador de minhocas, do Brasil, a vermelha da Califórnia transforma o esterco em húmus mais rapidamente, mas as nacionais têm maior capacidade para transformar as matérias orgânicas. A única desvantagem das nossas minhocas é que elas são menos prolíficas.

A umidade nos canteiros é importante, devendo ser de 35 a 50% para as minhocas e de 40 a 45% para os minhocuçús. Na prática, podemos verificar o grau de umidade do composto ou esterco em que estão as minhocas.

Para isso, pegamos um punhado da massa na mão e apertamos: se não houver nenhum sinal de água ou de umidade, é porque a massa está seca demais; se houver sinal de umidade, saindo algumas gotas, é porque está boa e se escorrer água, entre nossos dedos, é porque há umidade em excesso. Para que os canteiros mantenham a umidade desejada e também uma temperatura mais constante, de 18 a 20, de preferência, devemos fazer uma cobertura de sapé ou qualquer outra palha, sobre os canteiros.
Coleta

É a operação mais Importante, delicada e difícil, quando manual. Para isso, retiramos a terra do canteiro, junto com as minhocas e depois a peneiramos, separando os animais. Quando a quantidade for muito grande, podemos usar separadores motorizados, parecidos com os cilindros rotativos separadores de pedras, por tamanhos, muito usados em pedreiras.

As minhocas são, assim, separadas e depois embaladas para a venda, incorporada ao solo nos locais das plantações ou colocadas em canteiros, para a reprodução. Os minhocuçús, no entanto, devem ser coletados com ganchos de arame, com todo o cuidado para não feri-los.
Minhocas em coelhários

Quem possui criação de coelhos, poderá fazer e com maiores facilidades, uma boa criação de minhocas nas valetas existentes por baixo das gaiolas, principalmente em galpões.

Podemos criar minhocas em tabuleiros ou caixas, inclusive colocando-os em estantes com diversos andares ou prateleiras, economia de espaço. Também em canteiros de hortas ou em jardins podem-as ser criadas, desde que lhes proporcionemos as condições adequadas de alimentação, umidade etc.

Antes de iniciar a construção de canteiros, faça uma cuidadosa profilaxia do local para uma completa prevenção contra os predadores naturais das minhocas: formigas, traças, centopéias, sanguessugas, ratos e tatus (roedores), sapos (anfíbios), cobras e lagartos (répteis), galinhas (aves), porcos, etc.
Alimentos

Como vimos anteriormente, as minhocas "vermelhas da Califórnia - MDM" se alimentam de preferência de resíduos orgânicos decompostos ou em decomposição (restos de animais e vegetais).

Como fontes de matéria-prima, citamos:
- Esterco animal;
- Esterco de aves de granjas;
- Cama de frango;
- Esterco de galinhas poedeiras;
- Esterco de codornas, etc...;
- Esterco de porcos
- pocilgas;
- Esterco de cavalos
- haras;
- Esterco de coelhos;
- Esterco de gado
- leiteiro e confinado;
- Restos de culturas, jardins, hortifrutigranjeiros, etc..;
- Resíduos agro-industriais, laticínios, alimentares, têxteis, etc;
- Lodo de esgoto doméstico;
- Lodo de esgoto urbano;
- Lixo domiciliar ou de condomínios fechados;
- lixo de usina urbana.

No que se refere à utilização de matéria-prima, é importante ter conhecimento de que para cada substrato ou esterco corresponde uma qualidade ou quantidade de húmus e que antes de sua utilização, assim como para com os restos vegetais, é fundamental proceder a sua preparação.
Canteiros

Previamente à construção dos canteiros, deve-se planejar corretamente o local onde serão instalados, levando-se em conta alguns fatores como:

- local com água e energia elétrica próxima;
- local com possibilidade de expansão futura;
- local sem ruídos, sem ventos e sem variações bruscas de temperatura;
- local arejado, o que auxilia a irrigação e conserva a umidade.

Os canteiros podem ser feitos de qualquer material disponível como por exemplo: a madeira, bambu, telhas, bloco de cimento ou amianto, tijolos, etc. O importante na sua construção é não perder o dimensionamento futuro.

Quanto ao seu tamanho, pode-se criar minhocas a partir de caixotes até grandes canteiros para produção em escala comercial. Após a construção dos canteiros, procede-se o seu enchimento.

O alimento preferido das minhocas é o esterco curtido. Como a minhoca busca e seleciona o alimento, para não perder tempo, evite sempre que possível, a mistura de matéria-prima. Pode-se, porém, misturar o esterco com outros substratos orgânicos de forma a melhorar o arejamento e evitar a compactação.

A quantidade de minhocas necessárias para um canteiro varia com o tamanho e o tempo que se deseja para a transformação do substrato em húmus.

Sempre que se fala em povoamento de canteiros, a unidade de medida usual é o litro, sendo que um litro de minhocas corresponde a 1kg e contém, aproximadamente, 1.200 a 1.500 indivíduos (dependendo do tamanho das matrizes), da espécie E. foetida e de 300 a 350 da E. Eugeniae.

É absolutamente imprescindível, também, que se tenha o máximo de cuidado na escolha das matrizes para a iniciação do cultivo de minhocas. Faremos uma analogia com o que se passa na escolha do rebanho para o pecuarista.

Primeiro ele define o objetivo, se vai produzir leite ou carne, para depois escolher o gado certo, pois geralmente, o gado que produz leite não produz muita carne e vice-versa. A procedência das matrizes é de fundamental importância para o iniciante.

Este é um dos principais fatores no sucesso futuro: boa procedência das matrizes.
Manejo

Instaladas as matrizes, é necessário o manejo diário (cuidados), observando-se as condições ideais para uma reprodução eficiente, crescimento sadio e adequado, e a transformação em húmus aceleradamente.

Para que isso ocorra, verifique e mantenha as seguintes condições no canteiro, a "casa" das minhocas:
pH = 7,0
temperatura = entre 17 e 22 CC
umidade = entre 80 a 85%
aeração = intensa

Condições ideais a serem observadas numa "casa" de minhocas.
Colheita

Quando todo o substrato se transformar em húmus, é hora da colheita: separação de húmus e minhoca. Este tempo dependerá da quantidade de minhocas e do substrato do canteiro.

Dentre os métodos usados nesta separação, citamos:
- mesa;
- isca;
- elétrico;
- peneira;
- passagem direta;
- mecanizado.

A peneiração pode ser feita manualmente, de maneira simples e eficiente para as pequenas criações. As peneiras mecânicas elétricas vibratórias são utilizadas em criatórios grandes.

As minhocas caem ao final da peneira plana e o húmus vai caindo ao longo da mesma saindo já embalado. É preferível usar este tipo de peneira do que a peneira rotatória adaptada da construção civil que tem um índice de morte, em torno de 30 a 50%, resultado de improvisações sempre desastrosas.
Controles

Em qualquer criatório, mesmo pequeno, deve-se ter o cuidado de fazer, diariamente, anotações com o objetivo de evitar perdas de dados e números, pois somente assim poder-se-á tirar maior proveito das experiências adquiridas.

Nos métodos convencionais, inicialmente, os criadores são capazes de produzir de 200 a 250 kg de húmus e 1kg de minhocas por metro quadrado a cada 45 dias, enquanto os produtores internacionais citam como média a produção de 4 kg de minhocas/m2 e de 400 kg/ m2 de húmus /mês.
Armazenamento de húmus

Tanto a separação quanto a estocagem de húmus deve ser efetuada em local abrigado do sol, em galpão coberto e bem ventilado. Os produtores costumam estocar a granel, em montes ou ensacados em volumes de 40/60 litros. É fundamental manter a umidade do húmus para prolongar seu tempo de vida útil.


O húmus
           
           
                         
           

O húmus é o produto do substrato ingerido, transformado pelo intestino da minhoca e enriquecido de seres vivos, matéria orgânicas e nutrientes, totais e facilmente assimiláveis e absorvidos pelas raízes das plantas. Por isso mesmo também chamado de "coquetel de microrganismos vivos".

O húmus está para a planta assim como o leite materno está para a criança recém-nascida.

O húmus é comumente usado para:
- Floricultura e paisagismo;
- Viveiros de mudas e estufas;
- Horticultura e hidrocultura;
- Culturas em estufas;
- Agricultura em geral;
- Fruticultura e pomares; Vasos em geral (envasamento).

O húmus, ao contrário dos adubos orgânicos, pode ser utilizado em contato direto com as sementes e raízes, nas covas ou em linhas de plantio, pois apresenta pH neutro, não queimando as mesmas. Comparado com o esterco, o húmus contém 10 vezes mais nutrientes.

Sua liberação gradual torna-o uma fonte de alimentação constante das raízes. Aumenta ainda a resistência das plantas às doenças e à seca, prolongando os períodos de florada e frutificação, tornando as culturas mais sadias e viçosas. Além do que é mais econômico que outros adubos químicos porque não é disperso e levado pelas chuvas. Pode ser usado "in natura", líquido a 10% e sólido (endurecido em formato de "ovo" para plantas de interior envasadas, p.ex: samambaias).
Composição química do húmus
Umidade
45 a 58%
Ph
6,80 a 7,54
Matéria orgânica
42 a 56%
Nitrogênio
1,66 a 3%
Fósforo
2 a 4%
Potássio
1,44 a 3%
Cálcio
8 a 10%
Magnésio
0,88 a 1,32 %
Ferro
0,82 a 1,84 %
Manganês
552 a 800*
Cobre
193 a 400*
Zinco
418 a 1235*
Cobalto
15 a 37*
Carga bacteriana
5x108 a 2x1 Q12 #
Consulte a tabela de utilização de húmus para as diferentes culturas:
Cultura
Plantio
Cobertura
obs/sulco/saia
Limão, Laranja, Uva
500 g/cova
1,5 kg/pé
na saia com terra
Maçã, Pêssego, Pêra
600 g/cova
2,0 kg/pé
na saia com terra
Café, Chá, Cacau
500 g/cova
2,5 kg/pé
na saia com terra
Pinus, Eucalipto
500 g/cova
500 g/pé
-
Hortaliças, Legumes
100 g/cova
cultivo todo
200 g/m de sulco
Abacaxi, Morango
500 g/cova
cultivo todo
-
Milho Verde
400 g/cova
cultivo todo
200 g/m 2 vezes
Melão, Pepino, Abóbora
500 g/cova
cultivo todo
-
Plantas de interior
400 g/vaso
200 g 4 vezes/ano
-
Roseira e Arbustos
400 g/cova
500 g/m2/canteiro
-
Viveiros de Mudas
600 g/m2/canteiro
500 g/m2/canteiro
-
Cana
1 ton/ha
-
500 g/m de sulco
Feijão, Soja
1 ton/ha
-
200 g/m de sulco
Capineiras, Pastagens
500 g/m2/preparo
liq a 10% 2x/ano
descompactar
Gramados, Jardins, Campo de Futebol e Golfe
500 g/m2/preparo
400 g/m2/após o fimda primavera. Ao semear, usar líq a 10%.
descompactar




Fotos

São fotos tiradas da internet como exemplo para se montar um minhocario


Novas técnicas na criação

minhobox
  A tecnologia Minhobox se representa em duas etapas distintas: uma primeira, chamada de consumo, em que as minhocas transformam o substrato da caixa em húmus, se deslocando de cima para baixo durante o período. Ao final do consumo, insere-se o momento chave da técnica Minhobox: a passagem das minhocas. Retira-se o fundo estrategicamente removível da caixa e a acopla por cima de uma outra abastecida de mais substrato. Na segunda etapa da técnica, as minhocas se transferem naturalmente para a caixa inferior em busca de mais alimento e umidade maior, deixando húmus pronto e puro na caixa superior.
         Comparado com o sistema tradicional de minhocultura em canteiros, o MINHOBOX apresenta certas vantagens:
Eliminação do peneiramento —————————————————————
         Pelo sistema de criação em caixas, resolveu-se o maior problema da minhocultura tradicional por dispensar a prática danosa do peneiramento para separar as minhocas do húmus que produzem. Com a passagem entre caixas, as minhocas se separam naturalmente do húmus e ficam livres do peneiramento e do manejo convencional com ferramentas cortantes: as minhocas descem para a caixa inferior e deixam o húmus puro na de cima.

Maior aproveitamento do espaço ———————————————————
         Podendo verticalizar o minhocário em baterias de até cinco níveis, ocupa-se menos espaço do que precisa a minhocultura tradicional: numa mesma área onde se produzem em canteiros 15 ton de húmus por período, as caixas garantem a produção de 45 ton mensais do adubo em pequenos cômodos, garagens, casas desocupadas, armazéns e galpões de criação animal desativados.

Proteção contra predadores ————————————————————
         Cobertas individualmente por uma capa e instaladas sempre em locais fechados, as caixas são também isoladas por funis antipredadores munidos de uma graxa bloqueadora acoplados na base das estantes, conferindo total proteção contra seus inimigos naturais. Em sistemas tradicionais, a vulnerabilidade aos predadores não se decresce por valas d'água ao redor dos canteiros ou pelos outros artifícios comumente usados.


Controle zootécnico efetivo ————————————————————
         Através de uma plaqueta-calendário, o minhocultor Minhobox dispõe de um meio simples e prático para controlar as tarefas de rotina do criatório: pinos com a cor de cada uma das caixas são introduzidos no orifício do dia certo do mês para indicar quando realizar a passagem das minhocas, fazer a colheita do húmus, iniciar a incubação dos casulos, alimentar filhotes e colher minhocas.


Mobilidade do minhocário ——————————————————————
         O minhocultor pode usufruir de uma empilhadeira manual que conduz as caixas dentro do minhocário e as leva ao local de beneficiamento e embalagem. Com a propriedade de as caixas serem transportáveis, o minhocário pode ser perfeitamente transferido de instalação sem interromper a produção, vantagem que não se repete com os canteiros construídos e cravados no chão.


Dispensa das reidratações —————————————————————
         Desenvolveu-se uma cobertura para a caixa que promove escurecimento de seu interior e preserva a umidade de seu conteúdo durante a humificação sem impedir a oxigenação do substrato, tornando desnecessárias as reidratações periódicas. As regas freqüentes exigidas pela técnica de canteiros a céu aberto, além de acrescentarem mão-de-obra e gasto de água, podem ser danosas à produção.

Aproveitamento maior da matéria-prima ————————————————
         Adotando a densidade correta de minhocas e lhes oferecendo condições favoráveis para atuação, a transformação do substrato em húmus se torna mais completa nas caixas. A humificação no sistema convencional de minhocultura, por se processar com maior lentidão, diminui a qualidade do substrato e provoca um decréscimo no consumo, ocasionando desperdícios da matéria-prima.


Proteção do húmus contra pragas ——————————————————
         O risco de infestação do húmus por ervas daninhas nos canteiros através de sementes deixadas por fezes de pássaros, espalhadas pelo vento ou liberadas pelas palhadas usadas para cobrir os canteiros, foi contornado pela nova tecnologia. A transformação do substrato em húmus ocorre no ambiente isolado de cada caixa, impedindo a incidência de pragas que poderiam se disseminar nas culturas adubadas com o excremento das minhocas.


Superprodução de minhocas ————————————————————
         As caixas que abrigam as colônias-mães são povoadas com a quantidade exata de minhocas por volume de substrato que propicia a máxima eficiência reprodutiva. Os casulos deixados na caixa superior da passagem entram numa prática específica de multiplicação do Minhobox para a produção de minhocas. Os sistemas de criação tradicionais desperdiçam casulos e minhocas recém-nascidas que vazam junto com o húmus durante o peneiramento.


Beneficiamento facilitado do húmus —————————————————
         Precisando beneficiar o húmus produzido pelo Minhobox, principalmente para comercializá-lo em embalagens plásticas que o expõem, o peneiramento do conteúdo das caixas se torna simplificado: sem a prática vagarosa da catação de minhocas e podendo desidratar o húmus expondo-o ao sol ou em secador, as malhas da peneira pouco se congestionam. O peneiramento do húmus obtido pelo sistema de canteiros fica complicado por nem sempre estar em umidade de peneirá-lo e não ter como desidratá-lo por conter minhocas.


Praticidade na criação ————————————————————————
         Em face da simplicidade das tarefas de rotina em que se excluem as operações de peneiramento, catação, regas e combate aos predadores, o Minhobox reduz consideravelmente os serviços. A mão-de-obra se restringe ao preparo do substrato e com o manejo do criatório, colhendo húmus e sobrepondo caixas.


Produção asséptica —————————————————————————
         A técnica Minhobox permite que as caixas sejam higienizadas periodicamente através de lavagens simples com solução de sabão lhes promovendo assepsia e asseio. A criação em caixas, que não exala mau cheiro e nem atrai insetos, pode ser instalada até mesmo em estabelecimentos domésticos.


Obtenção de dieta viva ———————————————————————
         Pelo fato de a técnica Minhobox poder paralisar o desenvolvimento de minhocas jovens das caixas de multiplicação no comprimento que permite a ingestão por animais de pequeno porte, gera-se um outro produto da minhocultura: a dieta viva na alimentação de rãs e animais de estimação (peixes, pássaros, répteis etc).


Utilização de espécies não comerciais ————————————————
         O manejo de produção do sistema Minhobox, que não submete as minhocas a qualquer tipo de agressão, especialmente ao peneiramento praticado nos sistemas de canteiros, admite experimentar a criação de outras espécies de minhocas frágeis, quebradiças, suscetíveis ao manuseio e muito pequenas, diferentes das minhocas comerciais gigante-africana (Eudrilus eugeniae) e vermelha-da-califórnia (Eisenia andrei).


Rentabilidade mais elevada —————————————————————
         Economizando mão-de-obra com a praticidade da produção, aproveitamento melhor a matéria-prima e obtendo produtos mais qualificados, a rentabilidade que se alcança com a minhocultura em caixas supera a margem de lucro gerada pela criação de minhocas em canteiros.



minhobed
O Minhobed é um sistema horizontal de minhocultura em colchões plásticos, alternativo à técnica de criação em canteiros, projetado para produção mensal em duas versões: húmus e minhocas ou só húmus. O Minhobed se beneficia das principais vantagens do método de criação em caixas e tem custo expressivamente menor.
         A nova técnica também desenvolvida pela equipe de zootecnistas da Minhobox apresenta vantagens que contornam as dificuldades dos métodos tradicionais de criação de minhocas:

Eliminação do peneiramento —————————————————————
         A exemplo do método de criação em caixas, as minhocas se transferem voluntariamente de um substrato humificado para um outro abastecido de mais alimento e com umidade mais elevada. A passagem das minhocas entre colchões se faz em poucas horas, usando-se de mantas teladas que eliminam a tradicional catação e o peneiramento para separação de minhocas.

Mobilidade do minhocário ——————————————————————
         O Minhobed permite ao minhocultor transferir o criatório para outras instalações dentro de uma mesma propriedade ou até para locais mais distantes. Além disso, o minhocário, por ser completamente desmontável, passa a ser um bem comercializável, condição distinta dos canteiros cravados no solo, construídos em alvenaria.

Controle zootécnico efetivo —————————————————————
         As tarefas de rotina do minhocário são controladas por plaquetas-calendário de funcionamento simples e prático para poder se cumprir a produção programada por mês. Pinos com a cor de cada um dos colchões são introduzidos no orifício do dia certo do mês para indicar quando realizar a passagem das minhocas, a incubação dos casulos, a colheita do húmus e das minhocas.

Dispensa das reidratações —————————————————————

         Abrigados em instalação coberta e protegidos por capas retráteis especiais que protegem o substrato do ressecamento sem impedirem o arejamento, os colchões preservam a umidade durante toda a humificação e, por isso, não precisam ser molhados. O Minhobed dispensa as regas desaconselháveis que freqüentemente se fazem pela produção de húmus em canteiros. Os módulos priorizados para a obtenção mensal de minhocas são reidratados por mangueira de poliéster na camada mediana do colchão no decorrer do desenvolvimento dos filhotes.
Aproveitamento maior da matéria-prima ———————————————

         A transformação do húmus nos colchões se torna mais completa por serem povoados sob densidade apropriada de minhocas para humificação e por lhes oferecerem condições favoráveis para atuação. A transformação em húmus no sistema convencional de minhocultura, por se processar com maior lentidão, diminui a qualidade do substrato e provoca um decréscimo no consumo, ocasionando desperdícios da matéria-prima.

Proteção do húmus contra pragas ——————————————————
         Isolado pelas capas retráteis, o substrato é humificado pelas minhocas sob proteção contra a invasão de formas propagadoras de ervas daninhas. O húmus obtido pelo Minhobed, ao contrário do produto final em canteiros, não se infesta de sementes das palhadas usadas como coberturas e nem das espalhadas pelo vento ou carregadas por fezes de pássaros.

Rentabilidade mais elevada —————————————————————

         Por economizar mão-de-obra — dispensam-se a catação de minhocas, regas, peneiramento e combate aos predadores — aproveitar melhor a matéria-prima, obter húmus e minhocas com melhor qualidade e permitir o cumprimento de entregas programadas mensalmente, o Minhobed se torna mais produtivo e rentável que a minhocultura em canteiros.

Proteção contra predadores —————————————————————

         As capas retráteis dos colchões impedem o acesso de pássaros às minhocas e o pó não químico fixado periodicamente nas laterais dos colchões estabelece barreira física contra a subida de formigas-predadoras. A propensão ao ataque pelos inimigos naturais das minhocas criadas em canteiros não se repete no sistema Minhobed.

Melhor conforto térmico ———————————————————————

         A instalação coberta que exige o Minhobed e o micro-ambiente gerado pelos colchões amenizam as condições climáticas desfavoráveis à melhor atuação das minhocas. Ao contrário da minhocultura em canteiros, o decréscimo da produção ocasionado pela atividade sazonal da espécie gigante-africana (Eudrilus eugeniae), por exemplo, e os prejuízos provocados por chuvas excessivas e pelo frio rigoroso são insignificantes no Minhobed.



Comércio

A minhocultura é a única atividade agro-zootécnica que, mensalmente, dá ao produtor, colheita de dois produtos; a minhoca (carne) e o humus.

Se a criação for "amadora" pode-se direcionar a minhoca viva para iscas, alimentação de aves ou coloca-las nos jardins e o humus usado nos jardins, floreira e vasos em geral;

Se a criação for "profissional/comercial", o humus deve ser vendido a granel ou embalado a floricultores, horticultores (hidropônicos-fertirrigação), fruticultores, produtores de mudas;enquanto que a carne pode ser direcionada para piscicultores, ranicultores, avicultores, produtores de rações ou farinhas protéicas, indústria farmacêutica ou ainda para tratamento de restos orgânicos industriais, urbanos e agrícolas.